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VENDA DE ETANOL DE USINAS AOS POSTOS DIMINUIRIA OS CUSTOS, MAS GERARIA RISCOS

O caos em que se transformou a distribuição de combustíveis no país durante a greve dos caminhoneiros jogou luz a algumas propostas de venda direta de etanol das usinas aos postos espalhados pelo país, reunidas em projetos de lei em análise no Congresso e fortalecidas por um parecer favorável do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Além de minimizar a escassez do biocombustível nas bombas, os projetos defendem que seu preços poderão diminuir, já que haverá menos escalas na logística de entrega se as usinas não forem obrigadas a entrega seu produto às distribuidoras. E cálculos do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq-Log) corroboram essa tese: em São Paulo, que concentra a maior parte das unidades sucroalcooleiras do país, a redução pode ultrapassar 30%, levando-se em consideração apenas os custos de transporte rodoviário.

Segundo cálculos de Thiago Guilherme Péra, pesquisador e coordenador da Esalq-Log, o custo de transporte médio no Estado para levar o etanol das usinas aos postos, passando pelas distribuidoras, foi de R$ 89,09 por metro cúbico em 2017. Caso o etanol hidratado tivesse sido comercializado diretamente entre as usinas e os postos, o custo médio teria recuado para R$ 60,77 por metro cúbico.

A questão percebida é que as bases de distribuição não estão necessariamente perto dos consumidores e nem perto das usinas produtoras. "Em regiões de grande produção de etanol hidratado é muito comum uma logística antieconômica, uma vez que o etanol sai de um município produtor, percorre muitas vezes grandes distâncias e depois retorna para o mesmo município", afirma Péra.

Na região de Presidente Prudente, por exemplo, teria havido uma economia de 81,5% no custo de transporte em 2017 caso as usinas fizessem diretamente o abastecimento na própria região sem que o etanol tivesse que passar pela base de distribuição em Paulínia e depois retornar para abastecê-la. No caso de Ribeirão Preto, esta economia seria da ordem de 66,6% (ver infográfico).

Mesmo para regiões onde o consumo é grande e a área de produção é próxima à Paulínia, caso de Campinas, a venda direta tem um potencial de redução de custo de transporte de 19%. "A queda nos preços pode ser ainda maior se pensarmos que o distribuidor tem sua margem de operação", afirma o pesquisador.

Entretanto, a implantação da política de venda direta pode ter reveses. A primeira questão é garantir que o etanol entregue no posto seja de boa qualidade. Em 2016, segundo a ANP, a fiscalização foi feita nas 271 bases de distribuição no país. Fiscalizar os postos é um desafio maior. Outro problema apontado por Péra é que o mercado pode ficar concentrado perto das usinas produtoras. "Para garantir que chegue etanol em outros Estados, seria preciso uma política de cota ou incentivo."

Por isso, no curto prazo, o pesquisador defende a ampliação de bases de distribuição. "Isso poderia equilibrar a oferta e a demanda e reduzir os custos de transporte até que um modelo para todo o país fosse desenhado".

Por Fernanda Pressinott


Fonte: Valor Econômico

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