Protestos afetam negociações de grãos no País

Os protestos de caminhões no Brasil entraram em seu décimo terceiro dia ontem com menos adesões do que na semana passada, mas a situação ainda é crítica, afetando atividades agropecuárias, os negócios e a movimentação de grãos, como soja e milho


Com os bloqueios concentrados no Sul, ocorrendo ainda em 23 pontos na tarde de ontem no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, produtores, cooperativas e compradores de grãos têm receio de efetivar negócios devido à imprevisibilidade da entrega, com impacto na logística, armazenagem e na exportação de grãos. "O protesto continua, está muito forte na região oeste, sudoeste do estado (do Paraná), e o noroeste pega a região de Campo Mourão. É um problema sério, o pessoal não consegue se planejar, os armazéns estão começando a encher [nas propriedades rurais e cooperativas]", disse importante fonte do setor produtivo, que pediu para não ser identificada por temer represálias.

Se os armazéns estão cheios na origem, nas áreas de produção de soja e milho, eles estão mais vazios nos destinos, nas agroindústrias ou nos portos exportadores, na medida em que navios vão esgotando os estoques portuários para completar cargas programadas ou em que criações se alimentam com o que resta nos silos.

Lei dos caminhoneiros

A presidente Dilma Rousseff sancionou sem vetos, ontem, a nova Lei dos Caminhoneiros. O texto organiza a atividade de motorista profissional ao definir jornada de trabalho, formação, seguro por acidente, atendimento de saúde e tempo de descanso e repouso.

A sanção integral da lei pela Presidência da República era uma demanda do setor. Um dos destaques do texto é o pedágio gratuito por eixo suspenso para caminhões vazios. A lei também define o perdão das multas por excesso de peso dos caminhões recebidas nos últimos dois anos.